Mulheres no TI: Como superar as barreiras na profissão?
Mulheres na tecnologia enfrentam uma jornada cheia de desafios, desde a formação acadêmica até o mercado de trabalho. Apesar de avanços, elas ainda precisam superar barreiras significativas, como o preconceito, a sub-representação e a necessidade constante de provar sua competência. Em um setor tradicionalmente dominado por homens, as mulheres enfrentam obstáculos que vão desde o assédio moral até práticas como o mansplaining e o bropriating.
No entanto, com determinação e competência, elas estão conquistando seu espaço e mostrando que têm o talento necessário para transformar a realidade do setor de tecnologia.
Os desafios das mulheres no setor tecnológico, por:
Ana Senko é sócia na Tangotech e Sales Journey e Mariana Xavier, coordenadora de service desk na Keep, consultoria especializada em SAP Business One.
Ser mulher não é fácil, e quando se trata de uma carreira tipicamente masculina, a situação se torna ainda mais difícil. Desde cedo, os desafios começam, ainda durante o período de formação acadêmica. Por exemplo, ser a única mulher em uma turma de mais de 80 pessoas, infelizmente, é algo comum.
Depois de superada essa fase, surgem novos obstáculos no processo seletivo, principalmente porque muitas vagas priorizam perfis masculinos. Para aquelas que conseguem o tão sonhado emprego, inicia-se uma nova etapa de dificuldades.
Além disso, ter atenção especial à vestimenta é apenas um deles. No entanto, o que mais incomoda é ter de provar a sua competência o tempo todo. A questão é tão relevante que acabou motivando a realização da pesquisa “Os principais desafios de mulheres em tech”, conduzida pela Yoctoo, consultoria de recrutamento e seleção especializada nesse segmento.
De acordo com esse estudo, mais de 78% das mulheres já sofreram preconceito. E, em termos de local, é nas empresas onde esse preconceito mais ocorre, em 61% dos casos, seguido por 36% no ambiente escolar e 32% em processos seletivos.
Entre as situações mais mencionadas, estão o manterrupting, que são interrupções feitas por homens, apontadas por 46% delas; o mansplaining, que são explicações óbvias de um homem para uma mulher, com 35%; e o bropriating, que é quando um homem leva o crédito por uma ideia de uma mulher, com 33%.
O assédio moral é sentido por 21% das mulheres que trabalham em tecnologia.
Além disso, 19% se queixam de gaslighting, que é o abuso psicológico que faz a mulher duvidar do seu próprio senso de percepção e sanidade, chegando a questionar sua própria capacidade. Na prática, a sensação é a de que nunca seremos melhores que eles.
Os desafios tornam-se ainda maiores quando alcançamos cargos de liderança e precisamos gerenciar homens, principalmente os mais velhos. Além disso, os clientes também resistem muitas vezes em serem atendidos por nós, e essa situação não se limita apenas aos colaboradores.
Nada pode parar uma mulher determinada
Com tudo isso, essas questões apenas mostram que nós, mulheres, precisamos ter uma dedicação três vezes maior – e também deixar isso muito claro! Portanto, é essencial registrar seus feitos e evidenciar suas conquistas para ser reconhecida pelos méritos. Constantemente, precisamos provar que merecemos estar ali. Entretanto, não somos a favor de uma política de cotas. As mulheres devem chegar aos cargos de liderança por competência e não por metas de diversidade.
As empresas, por sua vez, precisam desenvolver uma cultura baseada em entregas. Desse modo, os objetivos, regras e estratégias precisam estar claros para todos, a fim de que as promoções sejam justas, permitindo que os melhores cheguem ao topo, independentemente do gênero. Caso isso não aconteça, é melhor mudar de emprego.
Ao enxergar claramente o seu potencial, fica muito mais fácil se impor e ser respeitada dentro da área de tecnologia. Além disso, talento não nos falta. Comumente, as mulheres são mais organizadas e se comunicam de forma mais assertiva. Esses recursos, portanto, precisam ser usados a nosso favor. Por isso, não podemos abaixar a cabeça, e muito menos ter medo de nos posicionar.
Felizmente, oportunidades não faltam. Há um déficit enorme no segmento. Por exemplo, milhares de vagas continuam sem preenchimento devido à falta de profissionais qualificados. Assim sendo, as mulheres são a verdadeira chave para mudar essa realidade e criar um mundo verdadeiramente digitalizado.
Para isso, precisamos fazer um esforço extra, estudar e enfrentar os desafios que surgirem. Portanto, não se deixar abater é o primeiro passo para criar uma carreira de sucesso. As mulheres precisam acreditar que esse mercado também é delas. Nós somos capazes não apenas de atuar, mas também de empreender em tecnologia. Afinal, essa área é de todos e para todos!
Fonte: www.channel360.com.br
URL – https://www.channel360.com.br/mulheres-ti-barreiras-na-profissao/
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